terça-feira, 15 de março de 2011

BBB11 – MEU PARECER SOBRE MAURÍCIO

Para colocar de vez um ponto final em qualquer historinha envolvendo Maurício, o Maumau do BBB11, decidi escrever esse texto, sobre minha opinião a respeito dele, e porque decidi reagir ao massacre moral do qual ele havia sido vítima nas últimas semanas.

Primeiramente, devo dizer que não costumo me deixar envolver pela chamada “histeria coletiva”, onde várias pessoas começam a utilizar o mesmo discurso, por simples repetição, como numa espécie de “efeito dominó”.

Tentei entender o trocadilho “Maumau caráter”, ou a frase pronta, tão usada pelos internautas de forma desgastante, baseada em um verso do poeta Cazuza, que até Bial (amigo de infância do referido poeta) insistiu em jogar ao vento: “suas idéias não correspondem aos fatos”.

Enfim, decidi analisar a participação de Maurício, desde o início do jogo. Ou até antes... Por exemplo, por que a produção o escolhera? Boa pergunta, pois, para grande parte do público, ele não se encaixa no “padrão BBB”, não tendo um rosto privilegiado, ou expressões marcantes.

Mas, partindo do pressuposto de que os realities insistem em tentar copiar fórmulas de programas passados, eu me reporto ao reality anterior ao BBB11, ou seja, “A Fazenda 3”. Nele, existia a figura de um roqueiro, líder de uma banda de rock, cheio de idéias, as quais pretendia defender até o fim. Sim. Tico Santa Cruz tinha esse rótulo e era uma aposta da produção daquele programa que, desde a primeira edição, sondava em contar com a participação de um roqueiro. Ao defender suas idéias, Tico foi protagonista de uma discussão memorável com outro participante. Foi eliminado na terceira semana, mas conseguiu a proeza de ter mais destaque que Sérgio Mallandro que, na ideia inicial, seria o protagonista do programa.

Mas Maurício não é Tico Santa Cruz. É um jovem de 27 anos, mas não tão maduro como muitos da sua idade. Na verdade, muitas vezes, parecia bem infantil, como um garoto de 18 anos em seu ciclo de amizades. Falando palavrões, contando piadas, rindo o tempo inteiro, debochando de si. Parece aquela alegria típica de um jovem que está desabrochando para o mundo e que, conseqüentemente, não é levado a sério. Há quem aponte, simplesmente, essa imaturidade, e ignore qualquer coisa a mais que ele sugerir.

Maurício teve oportunidades na vida. Não nasceu em berço de ouro, mas pertence a uma honrosa classe média. Pode-se dizer que ele é o que chamamos de “filhinho de papai”, ou, simplesmente “playboy”. Sim, do tipo que freqüenta a praia, passeia na orla com seu cachorro e, talvez, não entenda muito sobre as dores do mundo.

Mas tem uma banda de rock. Sua banda de rock, chamada Joah, alusão ao seu sobrenome (Joaquim), faz um som no estilo pop rock, com letras (escritas por ele), que versam sobre relacionamentos do ponto de vista de um jovem, o tal Maurício Joah. O que, de certa forma, é bem rock’n roll... Numa de suas letras, ele diz: Política safada arrogante, cadê o povo brasileiro ‘heróico o brado retumbante’? / Deixado pra depois, esquecida por dinheiro, arrastada e desovada num bueiro”. Versos que podem soar clicê hoje em dia, mas que encaro como bem-vindos.

E é isso... Com a filosofia da banda, Maurício Joah procura pregar a paz, o respeito, a união e o amor... Aquilo que ele simplesmente define como “nobreza”. Em seu texto de apresentação, que continua no site oficial do programa, ele revela que sua estratégia é seguir o caminho certo que, para ele, é o da verdade: “As pessoas fazem o que elas querem. Mas para mim, não. Para alguns, vale tudo, vale passar por cima dos outros. Quero vencer de forma honrosa, com ética, verdade e com meus princípios.”.

Ainda no site oficial, há a informação de que ele possui um projeto social, como podemos encontrar no Youtube, onde ele tira dinheiro do próprio bolso para ajudar um orfanato, e se engajar em projetos ambientais. No mesmo texto de apresentação, podemos ler: “Minha filosofia é fazer com que as pessoas resgatem aqueles valores que foram perdidos ao longo do tempo. Uma ideologia de se preocupar mais com as pessoas, ser mais afetuoso, tomar conta do planeta e das pessoas que aqui vivem. Vou implantar isso na casa ou em qualquer lugar.”.

Por essa linha de pensamento, não acredito que o Maurício seja um “playboyzinho” do tipo que ateia fogo em morador de rua, ou vai para a balada para agredir pessoas... Também não é um Messias, um Buda, um poço de maturidade e experiência de vida. É um jovem comum, mas que tende a seguir um caminho que ele insiste em defender como o certo. Daí, sua ingenuidade, seu despreparo para encarar o “circo de feras”.  Acreditou em quem não se importava muito com ele, como o “amigo” que vai pra cama com sua suposta ex-namorada, ou a admiradora que o apunhala pelas costas.

Mesmo assim, parece ter saído bem. Revoltou-se com a covardia que estava sendo a estratégia de combinação de votos. Jamais participou de orgias e exibições promíscuas que habitaram as festas durante seu confinamento. Apostou em um compromisso que, embora não fosse tão sério, deveria ter uma característica primordial: o respeito. E até conseguiu um resultado positivo, quando divulgou a prática de reciclagem, que mobilizou algumas pessoas aqui fora.

Mas Maurício, como eu disse, é imaturo. Só teve uma namorada na vida, num namoro que durou quatro anos. Hoje, ela já está com outro, mas o sentimento que ele nutre por ela permanece latente, em fase de superação. Ele mesmo disse, ao voltar ao confinamento, que essa paixão mal resolvida o procurara, dia seguinte após a eliminação, e eles chegaram a conversar, como amigos (embora os olhos de Maurício pareciam tentar disfarçar uma tristeza). Mesmo assim, o plano dele era esperar Maria aqui fora, antes de qualquer coisa, para a tal conversa que prometeram ter.

Poderia ele começar uma nova história com Maria? Sim. Poderia mudar a vida da moça que acredita, inconscientemente, que a sensualidade e a sexualidade é uma forma de sobrevivência? Mas é claro. O amor tem a capacidade de mudar as coisas e, no final, vencer. Ele aprenderia muito com ela, e ela aprenderia muito com ele, numa espécie de troca, que parece ser imprescindível em qualquer relacionamento.

Mas nem tudo ocorreu conforme poderia. O ingênuo Maurício foi traído pelo amigo, pela namorada, pela produção, pelo público. Diz a lenda que o doutor Wesley entrou na casa com a única função de seduzir Maria, que ainda não havia mostrado ao que veio. Até alguns participantes se indagaram sobre essa teoria. De cara, Maria apresentou mudanças, dando a entender que “investiria” nesse novo participante que, por sua vez, não parecia ter outro objetivo no jogo, que não fosse seduzir a moça: cercando, sondando, observando, ou simplesmente dando palmadinhas nas nádegas dela, de maneira desproposital.

A chegada de Wesley fez com que surgisse uma nova Maria: a menina que se preservara na primeira festa e relutara em engatar um namoro no confinamento se transformou na famosa "Meg Melilo". Parecia mais uma desesperada em busca de algo mais quente com o novato. De fato, a profecia do diretor Boninho, de que ela seria “desmascarada” rendeu resultado.  Maria cedeu, foi pra debaixo do edredom (o que a edição pretende ignorar), seduziu, e foi seduzida. Foi isso que fez Maurício voltar à casa.

No plano inicial do diretor, a Casa de Vidro traria Ariadna de volta, mas o público queria ver conflitos, desentendimentos. Maurício bem que poderia fazer com Maria e Wesley o que Tico Santa Cruz fez com Dudu Pelizzari na Fazenda. Poderia ainda se rebelar contra Diogo, se enfurecer, apontar o dedo na cara da manipuladora Talula. Mas não fez. Continuou proferindo aqueles discursos repetitivos e até bocejantes. Afirmou combater o tal “ataque em massa” de votos, e se mostrou ressentido com algumas pessoas da casa. Mas essa reação, que parece ser uma manifestação de imaturidade, não foi só atributo dele nesta edição.

Não sei o que Maurício descobriu aqui fora. Sei que foi chamado de “corno” na Casa de Vidro, onde pessoas faziam chifrinhos com as mãos, e amostravam fotos de revistas onde Wesley e Maria apareciam abraçados. Esse espanto fez com que Ariadna revelasse que Maria havia sido garota de programa e só ele não sabia. Diante de tanta informação, seria muita alienação da minha parte dizer que Maurício foi apenas “preconceituoso”. Ele havia levado simplesmente um tapa na cara, e entrou na casa com esse estigma.

De volta, Maria aparentou um nervosismo não habitual para quem não tinha culpa nenhuma. Wesley apenas sorria, numa expressão indecifrável. Na primeira conversa com Maria, Maurício não ouviu o que queria. A moça apenas negou qualquer envolvimento com o Wesley, jogando toda a responsabilidade para o médico. Wesley foi mais sincero, e ganhou o respeito de um desiludido Maumau.

Mas a história não terminou. Maria passou a investir pesadamente em Maurício, numa tentativa de provar ao mundo o quanto ela é sedutora e capaz de fazer os homens “caírem aos seus pés”. Pegou pesado. Estrelou cenas proibidas para menores, lambendo, se esfregando, gemendo... Muitas vezes, existia alguém por trás, colocando pilha. Para fazer cenas de ciúmes, usava o Wesley, mesmo afirmando já ter “brochado” dele.

Foi então que as coisas começaram a se virar contra o Maurício. Maria passou a apresentar sintomas de irritabilidade. A imagem, satirizada por Maurício, de uma Maria descabelada, falando alto, alcoolizada, com cigarro entre os dedos, passou a ser sua marca registrada. Aqui fora, essa nova Maria era o ponto alto da diversão, junto com a insanidade do bêbado Daniel nas festas. Além disso, Maria seguia como se estivesse possuída, chegando ao ponto de dormir com o Diogo, e trocar carícias debaixo do edredom, logo após ser, mais uma vez, rejeitada por Maumau.

Para o público, Maumau a humilhava, a esnobava. A visão que tínhamos era de uma mulher que se rastejava aos pés de um homem. Para Maria, acostumada a ter os homens aos seus pés, essa rejeição a encantava. Foi por esse Maurício, visto até hoje por ela, em seus discursos prontos, como “Maumau nº 2”, que ela se apaixonou. Infelizmente, esse sentimento novo confundiu a cabeça da moça, que não soube administrá-lo.

Primeiro, ela começou a se afastar, e parecia até se esforçar para voltar a ser a Maria do início do programa. Como Maurício continuava descrente, ou aparentemente descrente, ela permaneceu inconformada e de orgulho ferido. Afinal, a Meg Melilo sedutora não estava indo bem no seu trabalho. Como primeiro ato, ela votou no Maumau.

Será que só eu percebi o arrependimento? Claro, vamos tentar levar aquele choro desesperado da Maria (que dificilmente chorava) para o fato de sua amiga Talula estar no paredão. Mas o olhar não me convencia. E a forma como ela explicava para as pessoas o voto no Maurício, de forma repetitiva e tensa... Ela não estava sabendo mentir.

Dito e feito. Na festa de quarta, Maria desabou em choro e voltou a tentar uma aproximação com Maurício. Vestido de orgulho, desilusões, decepções, ele expôs seu ponto de vista, sobre a mudança da “doce Maria”, que lhe negara um beijo na primeira festa, para a “desequilibrada Maria”, que poderia ser nociva a ele em um relacionamento. Maurício alegou não ter mudado e Maria, que não gosta de ser contrariada, apenas querendo ouvir o que quer ouvir, ousou em revelar seu voto em Maumau.

O barato é que Maurício, mesmo irritado, decepcionado, ou qualquer coisa assim, se deixou á disposição dela para ser votado mais vezes. Ela negou, se mostrou arrependida, só não pediu clemência. No fim, Maumau foi dormir, deixando a solitária Maria em frente ás câmeras, com olhos tristes. Os olhos tristes de Maumau, no seu quarto na Xepa não foram filmados. Não se sabe a exata reação dele.

Mas, o lado inconseqüente de Maurício começou a prejudicá-lo. Nos últimos dias da semana, ele se envolveu em uma série de atritos com o diretor da atração, aparentemente incomodado com a presença dele no programa. Grosseria, ofensas gratuitas, chamadas no confessionário. Maurício revidava, como um adolescente que não quisesse dar o braço a torcer a qualquer repressão. Seus opositores no jogo estavam com a faca e o queijo na mão.

Daniel, que continua proferindo vivas à produção, insistia em criticar Maurício pelas costas, enquanto, pela frente, parecia retribuir o aparente respeito recebido. Dizia que Maumau mudou, que Maria deveria investir no Wesley e coisas do gênero, e tinha o aval de Diana, que sempre adorou ver o circo pegar fogo. Em um Big Fone surpresa (e atípico), às seis da manhã, Daniel indicara Maumau ao paredão.

Para completar, a Maria desequilibrada voltou a perturbar Maurício na festa de sábado, como se a conversa de quarta tivesse sido em vão. Chegou para agredir, para apontar o dedo na cara dele, que a deixou falando sozinha. Duas vezes. Logo depois, ao perguntar para Daniel se ela havia mudado, obteve a resposta que queria, e se aceitou naquele grupo, formado por um Daniel insano e por uma Diana irresponsável. Ambos insistiram, e Maria cedeu. Seguiu o conselho, já insistente, de que ela deveria ficar com Wesley, pois ele era "melhor que o Maumau". Mesmo com um argumento tão infantil e precipitado desses, Maria engatou o tão esperado namoro com Wesley.

Diana, por mais que tenha se esforçado tanto nessa tarefa, fez questão de dizer à Maria, no dia seguinte, que ela ficou com Wesley porque quis, e só. Revelou que suas opiniões sempre causaram conflitos (por que será?). Só não sei se Diana continuaria bancando o Cupido, se Maurício fosse seu aliado. Por outro lado, Daniel disse não se lembrar. Nota: Diana e Daniel dormiram estranhamente cedo na festa, logo após a missão de unir o casal ser cumprida.

A reação de Maumau foi aquela de ciúmes, decepção, arrependimento, desilusão e, como ele mesmo falou, desgosto. Ele se lembrava do discurso de Wesley, que dizia se sentir grato pela presença dele. Maumau devia se lembrar, também, daquele relacionamento que sonhou em ter com a “Maria nº1”.   Ele ficou irritado, desabafou, falou o que não devia, mas, mesmo assim, nem tocou no segredo da Maria. Como ele disse, sempre quis preservá-la e nada faria para magoá-la.

Com um novo casal na reta final do programa, será que podemos apontar um vencedor? Tipo Dhomini e Sabrina, Alemão e Siri, Max e Francine... No casal do momento, temos uma mulher que passou grande parte do tempo se insinuando, se manifestando de forma sexual, para quem quisesse ver, nem se importando com as câmeras, suas aliadas em um projeto antigo, o chamado “Club Dream Cam”, e um homem, bom moço, de boa família e boa índole, respeitador, que não pretende se estressar com ninguém, que tende a ser alvo freqüente dos últimos paredões e ainda periga ser rejeitado pela namorada, um tanto desanimada com aquela relação. Quem tem mais perfil de vencedor do BBB? A comediante ou o pobre coitado?

Acreditando mais uma vez no casal proposto pelo programa, o público depositou um voto de confiança, eliminando Maurício. O namoro de Wesley e Maria continua, de uma maneira... diríamos fria, para o perfil da “Maria nº 2”, mas algumas bebedeiras virão pela frente, para apimentar ainda mais a relação.

Enquanto isso, Diana, descontente e descrente de afetos, sentimentos, sensibilidade e cumplicidade, segue incentivando a “amiga” a seguir esse romance. Logo com aquele que, ao ser assediado por Diana, disse preferir as outras participantes a ela. Daniel, que também nutre um sentimento de atração pelo rapaz, segue incentivando, como se realizasse por meio de Maria.

Mas prefiro seguir com a imaturidade do Maurício, que nega se apaixonar facilmente, que discursa aos ventos, debocha de piadas escatológicas, se ilude com pessoas, rebate quando contrariado, e não quer dar o braço a torcer, como quando foi indicado ao paredão na última sexta, e ficou horas sozinho no quintal da casa, olhando para o vazio, visivelmente se segurando para não desabar em choro. Ele me parece mais humano.

Assim, encerro esse texto dizendo que esse participante deixou o programa com, em vez de um ponto final, uma vírgula. Quem sabe, no BBB20, surja uma terceira oportunidade? Eu já vi esse filme... 

5 comentários:

  1. Li com prazer este texto e, por algumas vezes, me emocionei. É isso que faz algumas coisas valerem a pena, ver que existem pessoas que conseguem enxergar o verdadeiro ser humano com virtudes e defeitos, prevalecendo em relação a um mundo cheio de ódio e desrespeito ao próximo. Enfim, não posso responder pelo mundo, mas posso falar por mim, e são pessoas como o MauMau e vc, Seu João, que quero ter perto de mim. Hoje, não vou lhe dar os parabéns.Vou apenas dizer "Muito obrigada".

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  2. Excelente texto e excelente visão.
    Maurício é um menino, com erros e acertos, mas tão menos nocivo que realmente me surpreendo com os comentários que leio sobre ele na net...é, Seu Joâo...os tempos são outros.

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