segunda-feira, 2 de maio de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011

O time do Flamengo posa para a foto oficial do título.
Flamengo e Vasco decidiram ontem, dia 1º de maio, a Taça Rio 2011. Se o time rubro-negro ganhasse, ele faturaria, de quebra, o Campeonato Estadual, não precisando encarar os cruzmaltinos nos dois próximos domingos.

Pois bem. Teoricamente, o confronto seria de um time que sempre fez o dever de casa durante o campeonato, contra um que decidiu “se converter” já no meio do campeonato, após um começo de temporada sofrível. Resumindo, seria um jogo sem favorito, bem disputado, interessante e... Não, acho que não.

O Estadual deste ano não foi assim uma Brastemp. Muita promessa, muita expectativa, muita sustentação de ego. Sim... Teríamos o Fluminense, atual campeão brasileiro, o Botafogo disputando o bicampeonato estadual, o Flamengo da grande contratação do ano, Ronaldinho Gaúcho, e o Vasco, que... Ah, que foi Campeão Sul-americano de Clubes em 1948.

Além disso, ainda teríamos os tradicionais “chatos”, ou seja, aqueles times que nunca ganharão nenhum campeonato, mas insistem em atrapalhar a vida de um dos favoritos, muito embora, estranhamente, “abra as pernas” para outro favorito.

Mas, pra variar, o Campeonato deixou a desejar. No Flamengo, Thiago Neves se mostrou mais Ronaldinho que o Ronaldinho. No Fluminense, o foco parecia ser a Taça Libertadores, outra competição que o tricolor se rastejava pra não fracassar. O Botafogo não parecia muito disposto a faturar o bi e, inclusive, colocou o treinador campeão, Joel Santana, para correr, enquanto, aos poucos, parecia preparar um trono, uma coroa e um cetro para o uruguaio “Loco” Abreu. O Vasco já parecia estar em outra... Outra bosta, perdendo jogo após jogo, batendo recordes negativos e perigando ser rebaixado, pela primeira vez (em um Estadual).

O caminho estava livre para o time da Gávea e, sem muitos esforços, ele correspondeu as expectativas. Imagino a felicidade do Ronaldinho Dentucho, depois do fiasco milanês... Agora, ele está numa cidade tão festeira, com espécimes tão exuberantes, e, mesmo não jogando lá grande coisa em um time razoável, não precisa disputar com os dentes sua vaga de titular, consegue manter seu status de ídolo absoluto e, de quebra, faturar títulos.

Assim foi na Taça Guanabara. Ah, e foi na semifinal com o Botafogo a primeira decisão por pênaltis dos futuros campeões. Na finalíssima da Taça Guanabara, Flamengo pegou o “chato” do primeiro turno, ou seja, o Boavista. Ronaldinho fez o gol do título e, se já era considerado o Deus da Gávea mesmo se passasse os jogos sentado no gramado, imagine o que recebeu de moral por esse feito.

Veio a Taça Rio, e o Botafogo já jogou a toalha, enquanto o Fluminense decidiu focar (agora de verdade) na Taça Libertadores. O Vasco decidiu mudar por completo e demonstrou sinais de recuperação. Nas semifinais, pegou o “chato” do segundo turno, ou seja, o Olaria. Foi um sofrido um a zero, mas deu pra passar.

Na outra semifinal, novamente, o Flamengo decidiu nos pênaltis, desta vez contra o Fluminense. E novamente ganhou. Na final, contra um outro Vasco, de treinador, time e moral renovados, nada foi feito. Sei que o novo Vasco é bem melhor que o time que começou o campeonato se escorando pra não cair de vez, mas ainda não me convence. E não me convenceu. Tirando alguns momentos de ambos os times, a final da Taça Rio foi chata. Digna de 0 a 0. E foi 0 a 0.

Oh, quem será que venceria essa disputa? Os experientes batedores rubro-negros, que, até então, só conseguiram despachar seus maiores adversários na base da loteria, ou os assustados vascaínos, que ainda não acreditavam que estavam, enfim, disputando um título? Bingo!

O Vasco perdeu três pênaltis. Três chutes pra fora. Ou seja, além dessa camaradagem de entregar o título ao Flamengo, ainda pouparam o goleiro Felipe de um esforço desnecessário. Desnecessário, sim, pois, mesmo que o Vasco faturasse a Taça Rio nos pênaltis, acredito fielmente que o Flamengo venceria o Estadual dois domingos depois... Nos pênaltis.

Não deixo de parabenizar o Flamengo, que soube jogar, principalmente, fora de campo. Politicamente, a presidente Patrícia Amorim desfila como se fosse a companheira de ataque de Ronaldinho, aparecendo mais que alguns jogadores. Na parte técnica, Luxemburgo traz a pompa certa que um time vitorioso deve ter, mesmo não sendo lá essas coisas. Por exemplo, a bola da vez é treinar cobranças de pênaltis, que também seriam imprescindíveis para a Copa do Brasil. Acredito que os caras têm treinado tanto isso, que já estão torcendo para mais uma disputa dessas.

Sorte deles que os campeonatos oficiais de futebol não são como o campeonato da minha cidade natal, Perueba do Sul. Naquele simplório campeonato, não existem disputas de pênalti: se os times empatam, a partida pode durar dias, até o bendito gol decisivo sair. Dizem por aí que o Campeonato Sul-Peruebense de 1986 ainda não terminou.

O CASAMENTO REAL

O beijo apaixonante do casal real.


Mas é claro que não poderei deixar passar em branco o tal casamento real... Não se falou em outra coisa na semana passada.  

Assisti à cerimônia pela TV, pois não fui convidado para a mesma (rompi as relações com a nobreza britânica, por motivos pessoais). Assisti do início ao fim, mas não chorei, apenas para não quebrar o protocolo – o protocolo de machão, atribuído pela sociedade careta e cavernosa (gente insensível!).

Mesmo sendo um exímio admirador da Monarquia, com seus palácios, carruagens, espadachins e bruxas, ainda me espanto com tanta formalidade. Eu me pergunto se eles fazem coisas como nós, meros mortais... Por exemplo, não consigo imaginar a rainha fazendo cocô, em seu troninho real.

Quando o Príncipe Harry, irmão do noivo, foi visto por aí enfiando o pé na jaca, pensei que algumas coisas mudariam por lá. Pelo menos, haveria algumas garrafas a menos na adega real. Mas, não, eles continuam “caretissimos”.

Sim, eles estão condenados a seguir aquela tradição pela vida inteira. Por exemplo, a nova integrante da família real, Lady Kate, não poderá exercer nenhuma profissão, não poderá andar de cabelos soltos, deverá andar dois passos atrás do marido, sem contar uma lista de formalidades que devem regulamentar até o que se faz entre quatro paredes, tipo: “Não poderá gozar antes do marido”.

Mudando de assunto, imagino a adrenalina que deve ser o Curso de História da Arte, que eles fizeram na Universidade. Pena que o príncipe William desistiu desse curso (por que desistir de um curso tão maneiro?), e se formou em Geografia. Acredito que ele tenha se interessado pelo ramo da Geografia que estuda a Geografia do Palácio de Buckingham, onde alguns cômodos permanecem desconhecidos até pela Rainha.

Enfim, comenta-se que Catherine, a Duquesa de Cambridge, trará novos ares para a fria família real, e, de quebra, impulsionará a economia britânica, contribuindo para a geração de milhares de empregos nos ramos tabloidísticos e paparazzísticos.
                                                                                                 

domingo, 1 de maio de 2011

Engenheiros do Hawaii - Números

 

NÚMEROS
(Humberto Gessinger) 

Última edição do Guiness Book
Corações a mais de mil
E eu, com esses números?
Cinco extinções em massa
Quatrocentas humanidades
E eu, com esses números?
Solidão a dois, 
Dívida externa, anos-luz
Aos trinta e três, Jesus na cruz
Cabral no mar aos trinta e três
E eu, o que faço com esses números?
Eu, o que faço com esses números?

A medida de amar é amar sem medida
Velocidade máxima permitida
A medida de amar é amar sem medida

Nascimento e Silva, Cento e Sete
Corrientes, Tres Cuatro Ocho
E eu, com esses números?
Traço de audiência
Tração nas quatro rodas
E eu, o que faço com esses números?
Sete vidas, mais de mil destinos
Todos foram tão cretinos
Quando elas se beijaram

A medida de amar é amar sem medida
Preparar pra decolar, contagem regressiva
A medida de amar é amar sem medida

Mega, ultra, 
Hiper, micro, baixas calorias 
Kilowatts, Gigabytes
E eu, o que faço com esses números?
Eu, o que faço com esses números?

A medida de amar é amar sem medida
A medida de amar é amar sem medida
Velocidade máxima permitida 
A medida de amar é amar sem medida