quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

QUE VENHA 2011!

Lá se vai mais um ano, e o que devemos esperar do próximo? Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, em 2010. Mas sempre fica um gostinho de “quero mais”. Eu poderia passar o dia refletindo sobre o que passou e sobre o que ainda está por vir. Mas não vou fazer isso. Prefiro ficar de porre. Reflitam por mim!

Tradicionalmente, vou ficar em casa, mesmo. Não vou à praia. Na verdade, eu nunca passei o réveillon na praia. Aliás, não gosto de praia. Talvez, a única praia onde eu não me importaria em passar a virada do ano seria a praia de Lost.

Sempre optei por passar o réveillon em casa mesmo. É que eu gosto de ficar de porre e, em casa, não tem problema. Não importa se eu dormir na varanda, só de cueca samba-canção, com o cachorro lambendo minha cara. Eu to em casa, pô!

Mas, mesmo assim, tenho vizinhos, digamos assim... Chatos. Chatos de galocha. Só pra se ter uma ideia, no ano passado, um deles saiu entrando na minha casa sem eu convidar. Veio com um sorriso estampado e uma taça de champanhe pela metade, e foi logo pegando minha garrafa de Cidra para completar sua taça. E o pior de tudo, é que o “fiduma” ainda ficou me sacaneando por eu ter comprado Cidra. Pode? Neste ano, comprei uma garrafa a mais. Se ele me irritar, eu “batizo ele”, da mesma forma que se batizam transatlânticos.

Mas, pior que vizinhos chatos são os parentes chatos. Esses já se acham no direito. Já perdi até a cama em algum réveillon passado. Sim, quando parente fica chapado, sai de baixo. É do vexame pra briga, passando pela tristeza profunda. Já tive que resgatar um tio na piscina nessa brincadeira: ele decidiu se matar, e mergulhou na piscina de 1000 litros que eu tinha no quintal.

E os fogos? Acho o maior barato fogos de artifícios, mas... Qual é a graça em soltar fogos? Meu cachorro morre de medo e eu detesto. E parece que, quando menos você quer ouvir o som estrondoso dos fogos, mais os engraçadinhos decidem testar seus artefatos. Que vontade de atochar alguns artefatos desse no toba desses cabras...

Fora isso, torço para boas vibrações chegarem com este novo ano. Não curto simpatias, mas costumo me vestir de branco. É apenas por tradição. Sei lá... Vai que funcione, né?

É isso. Desejo a todas as pessoas ótimas vibrações para este ano que começa e um “já vai tarde” especial ao ano que termina. Saúde, paz, sucesso e um saco do tamanho do Maracanã para aturarmos o que está por vir.

Sem mais delongas, tenho que ir agora, pois continuam soltando fogos a rodo aqui na minha rua, e meu cachorro está prestes a enfartar. 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

DICAS LITERÁRIAS

Para tentar abstrair um pouco, decidi mergulhar na literatura. Sugiro a vocês cinco livros excepcionais, que já estão na lista dos mais vendidos. Aproveitem a dica e boa leitura!

“O FALADOR DE 'É PICA!'”
Sinopse: Virola era um ex-jogador problemático que cresceu no Avestrunistão. Seu melhor amigo é Pamonhel, um garoto modelo de rosto inexpressivo, filho do palhaço da família, Mallandrovsky. Virola não entendia o afeto que as pessoas da sua família sentiam pelos outros povos. Aliás, ele nem sabia o que era afeto. Para irritar ainda mais, sua filha Jacoisinha se rebela contra o ódio que ele sente pelo povo de Ovelhistão. Esta rebeldia resultou nos momentos mais tensos do livro. Ao fim, sem o apoio de Jacoisinha, e mais, de suas aliadas de Coelhistão, Melanca e Carola, Virola se vê só, e descobre que seus aliados, Pamonhel e Fiu-Fiu, não passavam de amigos imaginários.

“FINGIR, MENTIR, TRAIR”
Sinopse: É um livro de memórias de 2010, escrito pelo escritor e picareta brasileiro Juju Pelosares. A autobiografia narra a estadia do autor numa Fazenda repleta de pessoas diferentes dele. Sem nenhuma vontade de valorizar a convivência, o primeiro feito de Juju foi trair o próprio grupo, jogando-os contra os outros. Depois, insistiu em não se empenhar nas tarefas diárias, irritando até quem estava protegendo ele. Por fim, apunhala Mamy, sua protetora, e acaba se enforcando, num final digno de Judas.

“A MENINA QUE ROUBAVA KOLESTON”
Sinopse: Sendo narrada pelo sino da eliminação, o livro conta a história de Janaina Jarroubina, uma garota que se encontrou com o narrador algumas vezes durante sua participação no programa e através de um bilhete, escrito pela menina sobre a sua vida, encontrado em meio aos horrores da guerra, o público ficou fascinado com tudo que a menina viu e como sobreviveu, então assim resolveu contar a sua história. Adotada por uma família de avestruzes, ao entrar na nova casa trazia consigo, escondido na mala, alguns cosméticos: Shampoo, condicionador, sabonete e desodorante, que apanhara do quarto do hotel que ficara hospedada antes da estreia do programa. Esses foram os primeiros dos muitos produtos que Janaina roubaria ao longo desses três anos. O desfecho da história é revelador: a menina é descoberta roubando Koleston e, revelando muita força e menos fragilidade, é massacrada pela opinião popular, que buscava alguém mais frágil e chorão.

"A CABANANA”
Sinopse: Livro aborda a questão recorrente da existência do mal através da história de Bananiel Modelo, um homem que vive sob o peso de ter traído a mãe de seu filho. Tentando tocar a vida em frente, o rapaz tenta de tudo, desde a companhia de amigos machistas até cantadas imbecis a torto e a direito. Mas a tragédia acontece quando, em um só momento, Bananiel perde seu grande amigo, Cavaco e, de quebra, tem que aprender a lidar com a rejeição de sua musa, Cagol. Vivendo desde então sob a "A Grande Tristeza", Bananiel se apega a Lisa, sua amiga, e recebe um misterioso bilhete supostamente escrito por Jacobina (talvez, uma versão feminina de Jacob, da série “Lost”), convidando-o para uma visita a uma certa cabana. Ali, Bananiel terá um encontro inusitado com Judas, de quem tentará obter resposta para a inevitável pergunta: "O que tenho que fazer pra ganhar 2 milhões?".

“ELITE DA ROÇA”
Sinopse: Baseado em acontecimentos reais, o livro retrata o quotidiano da Equipe OVELHA (Ordem, Verdade, Esperança, Lealdade, Hombridade, Amor), considerado a elite da Fazenda 3. O livro apresenta a Equipe OVELHA como um esquadrão incorruptível e extremamente valente. Na primeira parte do livro, concentram-se relatos impressionantes sobre o cotidiano dos membros da equipe, inclusive como eles se tornaram perseguidos e crucificados grande parte do tempo. Na segunda, os três sobreviventes viram o jogo e conseguem triunfar na chamada “batalha final”. A terceira e última parte indignou grande parte dos leitores, pois os inimigos passaram a ser exaltados, de forma mal explicada, e a Equipe foi exterminada, deixando milhares de seguidores pelo país.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

TRADUÇÃO DO DIA

WORKING CLASS HERO
(John Lennon)


Assim que você nasce, fazem você se sentir tão pequeno
Não lhe oferecendo coisa alguma, nem sequer tempo
Até que a dor é tão intensa que você não sente mais nada
Um herói do proletariado é um grande ideal
Um herói do proletariado é um grande ideal


Machucam você em casa e batem em você na escola
Eles odeiam você se for esperto e desprezam se for idiota.
Até você estar tão louco que não consegue seguir as regras deles
Um herói do proletariado é um grande ideal
Um herói do proletariado é um grande ideal

Após torturarem e assustarem você por vinte estranhos anos,
Eles esperam que você escolha uma carreira,
Quando você não consegue fazer nada, de tão assustado.
Um herói do proletariado é um grande ideal
Um herói do proletariado é um grande ideal

Mantendo você dopado com religião, sexo e TV
Você pensa que é muito esperto, capaz e livre
Mas continua sendo apenas um plebeu fodido, pelo que vejo.
Um herói do proletariado é um grande ideal
Um herói do proletariado é um grande ideal

“Há um lugar ao sol”- eles continuam a lhe dizer
Mas, primeiro, você precisa aprender a sorrir enquanto mata.
Se você quer ser como o pessoal da colina
Um herói do proletariado é um grande ideal
Um herói do proletariado é um grande ideal

Se quiser ser um herói, basta me seguir
Se quiser ser um herói, basta me seguir


 ("Herói do Proletariado", livre tradução)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PAPO QUE RENDE...

  
"Ex-pectadoras" da "Fazenda 3" trocando gentilezas.
 
Eu tentei. Eu me esforcei o máximo. Procurei a companhia de um livro, e até o abrigo de uma taça de vinho barato – desses que, no rótulo, apenas contém a inscrição “vinho”.

Tentei me abstrair e procurar outras paisagens, com o intuito de encerrar de vez o assunto “A Fazenda 3”. Mas me lasquei: O assunto continua rendendo aqui fora, via internet.

Enquanto os ex-peões tentam levar uma vida normal, mesmo com tanta publicidade e oportunidade conquistada, os telespectadores protagonizam uma nova versão do programa. Mas, nessa versão, os ex-peões são apenas meros coadjuvantes (embora haja quem ainda queira reivindicar o posto de protagonista).

E cada dia no Twitter é audiência garantida. Aquela briga do Tico com o Dudu parece apenas uma troca de gentilezas, perto do que tem acontecido. Como disse uma vez Luiza Gottschalk: “Vamos pro ‘fight’!”. Pra ser sincero, já li coisas que estão abaixo do baixo nível.

E olha que nem estou me referindo às correntes doutrinárias que estudam o resultado do programa. Ou seja, há quem critique, há quem respeite, há quem concorde, e há quem faça como o vencedor do programa: chora e diz “tá ligado”. Por falar em chorar, sempre existe aquele conformista nato (que come bosta e sorri) que diz que, quem não se conforma com a derrota não sabe perder. Será? Eu sou do tipo que acredita que tudo é passível de questionamento (inclusive o grau de alienação dos outros).

Ah, quer saber? Vou dizer: esse lance de “ou ame ou odeie” é para os fracos. Todos têm defeitos e qualidades (embora seja mais fácil enxergar os defeitos). Mas, dentro de um reality, admiro quem veste a camisa, quem expõe a sincera opinião (mesmo que passível de questionamento ou má interpretação), e quem mergulha de cabeça no grande desafio deste programa, que é justamente o convívio com diferenças. Mas, vale salientar que isso não tem a ver com o conformismo. Ou seja, você pode até respeitar as diferenças, desde que estas não atrapalhem a coletividade.

Voltando ao assunto, eu até vejo participantes que se detestavam no programa trocando gentilezas via Twitter. Mas acho pouco provável um entendimento entre torcidas rivais. Afinal, quem está de fora não tem nada a perder quando expõe a opinião.  

Porém, existem dois participantes que continuam causando aqui fora, reivindicando o título de protagonista dessa nova fase de programa. Coincidentemente, eles lideram, de forma disparada, uma enquete do site UOL que pergunta qual o participante que mais se destacou no reality. Mas querem levar esse “destaque” para o mundo real.

Nas próximas postagens, tentarei esclarecer o que estou dizendo em fatos. Eu sou assim, não faço piada de graça, não. Tem que ter contexto, né mesmo?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A SAFAZENDA 3 - Parte 1

Britto Jr., apresentador de A Fazenda 3
Em se tratando de Reality Show...Um dos mais comentados dos últimos tempos foi esse tal de "A Fazenda 3". O nosso deleite em ver celebridades expostas ao ridículo é tanto que o programa se tornou um grande sucesso.

É claro que, nesta edição, o elenco era uma constelação: de Sérgio Mallandro a Geisy Arruda, passando por Nany People e Mulher Melancia. E, para muitos alienados, esse foi o principal critério de eliminação adotado pelo público: expulsar os mais famosos e transformar o programa em um BBB de luxo. Por que? Teoria escrota, né? Mas muita gente até hoje leva fé nessa letra, ignorando o tosco comportamento dos peões mais "famosinhos".

Ocorreram algumas injustiças. A primeira delas em relação a Monique Evans que, tentando salvar o grupo diante da primeira traição de Dudu, se sacrificou e, diante do desprezo dos demais integrantes, acabou virando comida de avestruz. Geisy foi logo em seguida, quando a galera da casa se aproveitou da sua rejeição externa (o resultado de preconceito, misturado com inveja e falta do que pensar). Mas essa injustiça foi cometida pelo público, que resolveu comprar o peixe estragado da casa (Juju Pela-saco).

A partir do fatídico e lendário episódio envolvendo Tico e o Judaxx... quer dizer, Dudu, a cisma do resto da casa com a Equipe Ovelha se materializou: no boné de hélice do Mallandro, na "boca de boneco de ventríloco" do Viola, no "semblante inexpressivo" do Daniel, na "buzanfa besuntada" da Melancia, no "sorriso de cupim" da Carol, na "voz de Dilma Roussef" da Nany People, nos "olhos irritantemente azuis" da Lise, e, claro (não podia faltar), na "cara de paspalho" do Dudu. Calma, não me esqueci da Janaina, mas... neste ponto do programa, ela era menos importante que aquele leãozinho de madeira da cozinha que não servia pra nada.

O estopim foi a roça envolvendo três ovelhas, onde Tico foi eliminado. O público passou a entender a leitura do jogo e a odiar a previsibilidade do mesmo. Ou seja, a Equipe Ovelha nem podia mais se defender, a não ser com suas justificativas dignas de aplausos na hora da votação. Mas, sempre, dois deles iam pra roça. E voltavam. E os burros mandava eles de novo pra roça. O público mandava eles de volta pra sede... E assim foi.

Lá se foram Mallandro, Nany, Dudu e Viola. Chegando ao término da primeira parte do programa, que era a disputa dos grupos pelos 500 mil, muita coisa estranha começou a acontecer: Janaina mostrou personalidade, ou quase isso; Melancia e Carol grudaram nos ovelhas, principalmente no Sérgio Abreu, recordista de roças; Dudu traiu Nany e... não, isso não me parece algo estranho... Dudu trair alguém? Sei...

Aqui fora, boatos de armação para Sérgio Abreu, Janaína, e até a personalíssima Lise da patinha quebrada eram propagados. O site do programa lançava uma enquete perguntando o que o público queria ver na final, e uma das respostas era: final insesperado. Bah, dá o prêmio pro Clébis, então!

Enquanto isso,  Janaina acabou virando protagonista do programa. Escrevendo supostos bilhetinhos, enfrentando os demais oponentes... Nem parecia a frágil menina triste que dizia para todos que ia bater o sino e vazar de lá. Parecia mais determinada. Determinada a irritar os outros e a desestabilizar a casa. Conseguiu. Numa tacada, tentou forçar a mais estúpida estratégia (de que todos, sem exceção, votassem no Daniel). Aquele ato boçalóide fez com que ela se colocasse na roça com o Carrasco e, de quebra, se fortalecesse, através da indignação (compreendida) dos demais peões. Outra consequência foi atribuir ao Daniel, o iminente eliminado da semana, a função de injustiçado.

Mas, entre call-centers e indignações por parte de torcedores ex-ovelhas, que interpretaram aquilo como "sacanagem com a mina" (já que chamavam a Loira do Banheiro de "ovelha desgarrada"), Janaina eliminou Carrasco por 0,4% de votos. E essa diferença abaixo de 1% acabou virando "tendência". Que saco...

O programa virou outro e os 2 milhões já tinham dona. A emissora simplesmente derrubou o favoritismo dos três ovelhas sobreviventes (Afinal, eles já ganharam 500 mil, né? Chega, tá?), e elegeu o "desiquilíbrio de saia rodada" para ser a heroína. Mas foi tiro na água. A moça mudou tão radicalmente de atitudes e opinião que...


Bem, pra começo de conversa, ela começou a desmentir lá dentro assuntos que haviam sido questionados no Twitter na véspera. Como se não bastasse, largou a raiva recíproca que tinha com o seu grupo e mirou o alvo na Melancia. Simplesmente, perguntou á "funkeira de bagageiro avantajado", do nada, se "era difícil conviver com ela (Janaina). O barato é que Mulher Fo-Foca era a mais odiada da casa pelo público geral naquele momento, e esse fato era absolutamente desconhecido por quem estava lá dentro. Como esperado, a loirinha votou na moreninha, que foi eliminada do programa.


Diante de tanta estranheza do público, eis que a edição começou a pegar no pé da Estranhinha Jacobina: mostrou uma confissão dela sobre o maldito bilhete, e ainda apresentou ao Brasil seu lado delínque (do tipo que furta camisinha de motel).


(Continua)

A SAFAZENDA 3 - Parte 2

Daniel Bueno, vencedor de A Fazenda 3
(Continuando)

Com tantos questionamentos, Janaina Jacobrega precisava rodar de lá. Aos poucos, a edição buscava, nos que sobraram (exceto Sérgio e Luiza), o novo mocinho. E lá estava ele, chorando compulsivamente, como moleque sem-noção que acabara de quebrar o vaso de estimação da mãe. Daniel Bueno dizia morrer de saudades do filho, como se fosse a única pessoa lá dentro que tivesse um ente querido aqui fora. Mais do que isso: expunha a traição que cometera com a mãe do filho dele, como um simples deslize, um esbarrão. Naquele momento, ele até começou a citar a outra filha, que nascera um pouco antes dele entrar na Fazenda. Mas citava pouco.

Pela sequência dos fatos, ele tinha que tirar Janaina de lá. Ela foi para a roça pelo Desafio Semanal e, por coerência dos votantes, ele foi pela casa. De repente, a sorte mudou de lado. O modelo se transformou num cara divertido, e apresentou muita confiança - o que é de se espantar, pois ele sempre foi o participante mais cagão. Como se não bastasse, ele voltou da roça renovado e, óbvio, voltou mais paizão. Tanto que até deixou de ser o poste que, nas festas, servia para a Carol praticar "pole dance". Ele se tornou um rapaz de família. Bem, um rapaz de família porco, cachaceiro e machista... Mas um monte de velhinhas e um monte de fãs do Restart passaram a adorá-lo.

E tudo voltou a ser previsível: Lise elimina Carol (que, naquela altura, era apenas a placenta da "falecida" Melancia) e os avestruzes sobreviventes, Dan-dan e Fiu-fiu, se tornaram o "casalzinho", com longas conversas existenciais, repentinos abraços sem nexo algum, e trocas de gentileza. Fizeram o público acreditar que Viola não era machista, que Mallandro não era manipulador, que Janaina não era esquisita, e até tentaram convencer o público de que o Dudu não era traíra. Mas aí também já seria demais, né?

Na última festa do programa, que reuniu todos os participantes rejeitados pelo público até então, a visão que eu tinha era de um Abreu cercado de amigos e de um Daniel cercado de bajuladores. Um desses (advinhe quem), não contente em trair a casa toda, decidiu trair a produção do programa e deu dicas externas para o Daniel. Pediu para o banana chorar mais, que ele estava no caminho certo, sensibilizando os trouxas aqui de fora. Já as duas últimas roceiras da Fazenda... Bem, a Lise chorava e agradecia até pelo ar que respirava, enquanto Luiza continuava a mesma, com papos cabeça e doidices na pista de dança.

Conseqüentemente, Luiza perdeu o terceiro lugar para a ativa Elisiane, e a final aconteceu em meio a choradeiras e sentimentalismos baratos. Imagine, quem nunca usou essa estratégia "sufrida" estaria arruinado! Não é mesmo, Sérgio Abreu?


O tragicômico foi quando, depois do programa, a emissora começou a bater na tecla de que não houve manipulação porque o Daniel era "zebra". Eu sei que ele era uma zebra, uma mula, ou algo assim, mas eu já sabia que ele era favorito. Com duas semanas de antecedência! Diante de enquetes e diante do Twitter, o termômetro era claro. A Lise jamais ganharia a disputa, que estava entre Abreu e Bebeu. Para provar que não houve armação no programa, o programa armou?


Cala-te boca, Seu João, e pense em outros temas. Que tal... Big Brother! Legal... já que decidi aposentar meu cérebro de vez, vou encaixotá-lo e guardá-lo junto com minha antiga coleção de Revistas Mad.

FIM (até que enfim)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

DESCONTO DE NATAL

Todos os anos, milhões de crianças do mundo inteiro costumam escrever cartas endereçadas ao Papai Noel. Inclusive, claro aqui no Brasil, o povo mais “pidão” do mundo.

Certo ano, os funcionários dos Correios de uma cidade decidiram sortear uma dessas cartas, preferencialmente escrita por uma criança que morasse na região mais pobre da cidade.

Às vésperas do Natal, todos os funcionários se reuniram e, formalmente, fizeram o sorteio. A carta escolhida era de um menino chamado Pedrinho, de seis anos de idade, e o conteúdo da mesma comoveu a todos:

“Querido Papai Noel,

Meu nome é Pedrinho e tenho seis anos. Eu gostaria de aproveitar esta cartinha para pedir algo diferente.

Neste Natal, eu não peço nenhum brinquedo. Não precisa mais se preocupar em me dar aquela bicicleta que pedi ano passado.

Acontece que mamãe está muito doente, e não temos dinheiro para comprar o remédio dela. Tudo que eu queria neste Natal era que ela ficasse boa logo mas, sem o remédio, ela pode morrer. Eu amo muito minha mãezinha querida e não quero que ela morra. Por favor, Papai Noel, me ajude! Eu fui um bom menino o ano inteiro, e sempre estive do lado da mamãe, até quando ela esteve internada.

O remédio custa 250 reais e não temos como pagar. Papai está desempregado e, algumas vezes, eu vejo ele chorando sozinho pelos cantos. Portanto, se ler esta cartinha, saiba que tudo que mais quero na vida é que minha mãe fique boa, para que eu possa voltar a sorrir.

Pedrinho."

Após a carta ser lida, a emoção tomou conta de todos os presentes: muitas lágrimas e muitas lamentações dominaram aquele lugar. Até que um funcionário teve uma feliz ideia:
 - Gente... E se nós fizermos uma "vaquinha" e mandássemos o dinheiro para o menino? Tadinho, a mãe dele deve estar bem doente. Imagine, ele só tem seis anos e... - o funcionário é interrompido pelo pranto.Mas a ideia dele foi aceita com unanimidade: Naquele instante, todos os envolvidos começaram a abrir suas respectivas carteiras e foram colocando notas de dinheiro sobre a mesa. Notas de cinqüenta, de dez, de cinco e até de dois reais.  


Ao final, fizeram a contagem e, pasmem: faltavam 10 reais.


- Mas o remédio custa 250 reais e só conseguimos 240... - lamentou um funcionário.


- Pelo menos, já adiantaria muito para esta família. - amenizou o carteiro mais otimista.


E assim foi: colocaram o dinheiro em um envelope e endereçaram ao menino. Aliviados, os funcionários voltaram, para sua casa, felizes e orgulhosos pela boa ação. O espírito natalino estava com todos eles naquele ano.


Para surpresa de todos, dias após o Natal, eis que o menino manda outra carta endereçada ao Papai Noel.


- Uma carta de agradecimento! - gritou um funcionário pelos corredores.


Todos os envolvidos na boa ação de Natal se reuniram novamente para a leitura da nova cartinha. Um funcionário, orgulhoso e sorridente, fez a leitura da mesma:


“Querido Papai Noel,

Gostaria de agradecer ao senhor, de todo o coração, pelo dinheiro que me mandou de presente de Natal. Foi o melhor presente que eu recebi na vida!

Compramos o remédio e mamãe está sendo medicada. Está bem disposta e feliz. Meu pai não tem chorado mais, e eu voltei a ter vontade de brincar.

Muito obrigado mesmo, e nem precisa mais me trazer a bicicleta. Você me deu tudo o que eu queria. Muito obrigado!

Pedrinho.

PS.: Da próxima vez que quiser me entregar algum dinheiro, entregue pessoalmente, pois o filho da puta do carteiro me roubou dez reais!"

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

DE FRENTE AO ESPELHO

Detesto mesmo admitir. Por mais que eu possa vir a envergonhar minha família, vou fazer uma confissão: Eu adoro Reality Show.

Sim, cambada. Acompanho desde a primeira edição de Casa dos Artistas. Aquela mesma, do tempo em que o Alexandre Frota ainda não era ator pornô. Pra falar a verdade, a grande sacanagem daquele programa foi a saída dele. Sim, ele desistiu, mas, atendendo ao apelo do Sílvio Santos, voltou, cheio de informações externas. Como o público brasileiro não entendia muito bem “esse tal de reality show”, aquele ato foi visto com graça e até hoje é lembrado como um ponto forte do programa. Não adiantou muito, pois o cara foi eliminado logo após, mesmo sendo o protagonista do reality.

Mas o que é mais atrativo num reality? O que faria o público se entreter, perder o tempo votando, assistindo, discutindo, brigando via net? Para mim, é justamente a espontaneidade na complexidade das relações. Nossa... Falei feito um mala. Mas vou explicar.

Um reality show é feito uma gaiola, onde o cientista coloca alguns ratinhos e fica observando o comportamento. Como eles reagiriam à falta de água? Como reagiriam á divisão em grupos? Quem se relacionaria com quem? Quem mataria quem? Mas o mais divertido é que os pobres ratinhos vivem com a ideia de que ELES é que são os cientistas. Pobrezinhos...

No confinamento, os participantes estão sujeitos a todo tipo de fragilidade. A saudade chega sem avisar, a falta de informação traz a angústia. Mas o pior de tudo é justamente o convívio com as diferenças. Como humanos, somos extremamente egoístas. Cada um no seu quadrado é o lema. Mas o que fazer quando o quadrado é um só para todos?

A primeira atitude a ser tomada é bem nobre: Jamais subestimar o maior jogador de todos, ou seja, o público. Muitos que entraram encarando o jogo meramente estratégico se perderam nos detalhes. Quem encarou como jogo de força física, tipo “American Gladiators” (quem se lembra disso?), também não passou no teste.

O fato é que todo participante conquista um público. Uns mais, outros menos. Até aqueles que fazem tudo errado são dignos de fã clube via internet (mesmo que seja um sombrio fã clube de dois integrantes). Mas o maior público, geralmente, é o dos que rejeitam. Mesmo assim, dificilmente, um "azarão" conseguiria levar o prêmio. É difícil desbancar os favoritos e, quando o telespectador fica embabacado, não há Cristo que desbanque o "queridinho da galera".

Para quem não assiste, não gosta do programa e não entende nada que eu esteja escrevendo, o melhor jogador é aquele que transforma a casa num cenário. Polêmico, divertido, espalhafatoso... Esse, sim, é o verdadeiro merecedor. Ele dá audiência. Mesmo?

Pura idiotice. O mais atraente é o participante que se expõe, errando ou acertando, mergulhando intensivamente no quesito convivência, no quesito relacionamento humano. É isso que gera tanta discussão do lado de fora do confinamento, resultando na bendita relação de amor e ódio. Consequentemente, isso dá IBOPE!

Mas essa exposição se transforma numa faca de dois gumes quando o participante força a barra e abusa do sentimentalismo. E brasileiro adora uma tristeza... Faz parte da nossa cultura o "pobre-coitadismo".

Enfim, para quem torce o nariz para esse estilo de programa, peço que analisem com calma esse “grandioso espelho de nós mesmos”. Sei que, muitas vezes, a imagem refletida não vai nos agradar e, por defesa, vamos disfarçar e fingir que aqueles não somos nós.

Mas, mesmo assim, devemos encarar de frente esse bendito espelho para, quem sabe, conseguirmos enxergar nossas fraquezas e nossas limitações. E, talvez, valorizarmos um pouco mais as relações humanas... Fica a dica.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

BLOG-SE!



Atendendo aa pedidos (e algumas ameaças de morte), eis que me vejo na obrigação de publicar um blog. Vamo vê no que esse troço vai dar, né?


Via Twitter, aprendi a mandar as mais inusitadas mensagens em apenas 140 caracteres. O barato no Twitter é que a gente não tem amigos, tem seguidores. E alguns desses seguidores não necessariamente gostam da gente. Mas isso não importa muito, pois pagamos com a mesma moeda. E, assim, vivemos na mais repleta hipocrisia.

Bons tempos de Orkut, onde a gente tinha amigos, e só era amigo de quem a gente conhecia, gostava e/ou tinha interesse em conhecer. Dificilmente, eu me tornava amigo de quem não gostava. As relações pareciam tão mais sinceras!

Mais do que isso, o Orkut buscava aquele relacionamento mais clichê: mensagens de carinho, troca de confidências, compartilhamento de fotos. E há de quem não correspondesse o amigo ou simplesmente deixasse de agradecer um ignóbil "Feliz Aniversário".

Os meios de comunicação se transformam a cada momento. E o Blog, talvez, seja uma ferramenta peculiar de comunicação. Consiste em você escrever o que pensa e se irritar com quem pensa diferente e pega carona no seu Blog para publicar contra-argumentos.

Talvez, a moral da história do Blog seja: "Não gostou? Foda-se!". No Twitter, seja: "Não gostou? Block!". Já no Orkut: "Não gostou? Você não é mais meu amigo! Magoei!".