quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

BBB13 EM FOCO

Sinto pena de quem paga pelo PPV do BBB13.
Só que não. Hahahahahah

Coisa mais deprimente esse tal de BBB13... Simplesmente, não temos pra quem torcer. O genial BoniSaw até tentou elevar o nível (se é que se pode dizer assim), ressuscitando ex-BBBs. Mas foi ao inferno pela segunda vez quando não soube escolher os ressuscitados. Não acredito que os seis escolhidos eram os primeiros nomes que vieram à cabeça doentia do mestre Boninho.
                Mas, também, pudera... Dois raios não caem no mesmo lugar. O próprio Bial deu a deixa, quando, na eliminação do Dhomini, ele citou Karl Marx, em seu famoso “Manifesto Comunista”: “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Isso serve para todos os veteranos. Não vejo mais graça no Eiézer, ou na Anamara, ou na Fani, ou na Natália. As piadinhas do Dhomini dessa vez provocaram sua rejeição. No caso do Yuri... Bem, os erros foram os mesmos.
                E a curiosidade em observar os veteranos fez com que os novatos ficassem invisíveis por boa parte do tempo. Até o público perceber que torcer para os veteranos foi perda de tempo. O mesmo público que escolheu na Anamara para o tal BBB Vai-e-volta, e se divertiu com a reação histérica da mesma, tem motivos de sobra pra se frustrar, pois aquele momento não serviu para absolutamente nada no jogo. Essa inovação do programa foi um tiro na água.
Não tenho tesão de assistir ao programa, mas acho os personagens desse teatrinho óbvios demais. Vejo os veteranos se perdendo na soberba e os novatos fazendo as mesmas merdas que esses fracassados veteranos fizeram séculos atrás.
Assim sendo, vou apresentar a vocês os novatos que disputam o prêmio máximo... Depois, me digam se não dá pena de quem paga pra ver isso 24 horas por dia.
ANDRESSA - Ah, vai lá... Traiu o namorado, quase marido ou algo assim, em rede nacional. Problema dela. O que me perturba nessa mulher é seu jeitinho meigo, sua voz de Sandy e suas sobrancelhas inclinadas para cima... Nem a Nossa Senhora era assim. Pessoas assim são capazes de esquartejar alguém com esse mesmo brilho no olhar.
IVAN – Sabe aquele cara que entra pra ser figurante de BBB? Esse cara sou eu! Tipo assim, um professor que acredita muito nas coisas que diz, mesmo sendo as mais concretas babaquices. Poderia ganhar, assim como os veteranos poderiam ganhar, mas, pra isso, dependeria da reação dos demais. Se fosse discriminado, injustiçado, humilhado e menosprezado, até haveria um fio de esperança de seguir adiante na competição. Mas, assim... Pra mim, ele tem cara de quem se fantasia de mascote de time de futebol americano...  Sem a roupa, não tem graça nenhuma.
FERNANDA – Uma das “divas” da edição. Impressionante como a palavra “diva” tem sido deturpada ao longo das gerações... De divina (de Deus), passando por Whitney Houston, até chegar a Fernanda. Não gosto do jeito que ela fala. Ela lembra a Ana Carolina do BBB do Max, aquela chatinha que só perdeu o BBB por ser chatinha. Fora essa história de princesa e príncipe que deve ter separado muitos casais elo Brasil afora.
ANDRÉ – Esse é o mais planta de todos, mas até que o Ivan. Projeto de Fiuk, é o tipo do cara que, quando começa a falar, você já mexe com o pezinho, se ajeitando pra sair fora. Não tem graça nenhuma, e ainda foi laçado pela personalíssima Fernanda, fazendo o cara ficar mais apagado ainda do que já é. Se, de repente, ele sumir da casa, não vai fazer diferença nenhuma.
NASSER – No início, parecia que ia ser o grande nome do BBB13. Centrado, articulado, mistura de Max com Rafinha (com nuances de Serginho Orgastic) parecia ter uma boa leitura de jogo, sem contar que possui uma regularidade em provas de resistência. Mas dane-se. Isso foi o que poderia ser... Na verdade, o boneco de ventríloquo se envolveu justo com a adorável Andressa, ficou cego sobre o jogo, e burro sobre a vida. Foi amigo do Aslan e é amigo do Ivan... Quer mais?
MARCELLO – Playboy que veio da Casa de Vidro, já mostrou que está disposto a causar. Já armou alguns barracos, já enfiou dedo na cara, mas comete o pecado capital de questionar votos. Isso faz a pessoa parecer bebê chorão... E ele só não é bebê.
KAMILLA – Grande atração (?) do programa. Possui gestos forçados, atitudes estranhas, como comer escondido, sozinha no escuro, por exemplo. E, estranhamente, faz com que muitas pessoas se identifiquem com ela. Já demonstrou ser aquela que põe o dedo na ferida... Dos outros. Sim, pois não curte muito olhar para o seu telhado de vidro.

E Lá Vamos Nós


                Seria cômico, se não fosse trágico. O Big Brother Brasil virou uma mal traçada caricatura do que sempre foi. Desde os primórdios, a essência do Reality Show estava na incontrolável necessidade das pessoas aparecerem, mesmo que por meros dois minutos, mesmo que seu momento de estrelato se resuma a uma simples escovação de dentes.
                Mas o diferencial do programa não eram as pessoas se acotovelando por trás da vitrine, feito cachorrinhos implorando pela atenção dos transeuntes. O que sempre marcou, e despertou a curiosidade de muitas pessoas, inclusive estudiosos sobre o comportamento humano, foi justamente o lado humano das pessoas... Ver as pessoas em carne viva, sem rótulos, nem disfarces, em uma situação totalmente adversa. Desde o bobalhão que chora por causa de uma boneca, até o brutamonte expondo seus fantasmas culturais travestidos de preconceito; desde a menininha que se defende com o escudo de mulher objeto, ou até o gay que, minimizado pela sociedade incriminadora, se sente gigante numa oportunidade única de “defender uma causa”, que nem mesmo sabe qual é.
                Mas é isso que torna o projeto interessante. O povo questionador decreta sentenças feito juiz, acusa feito promotor, defende feito advogado... Torce, esbraveja, com toda a parcialidade comum perante os mortais, se rebela quando as coisas não saem do seu agrado, celebram quando acontece o esperado. Dedicam horas ao programa, defendendo aquele que não conhece, acusando aquele que conhece menos ainda. Mas nem isso tem sido relevante hoje em dia.
                O próprio público, adorador do ser humano que habita cada competidor, acabou distorcendo a ideia inicial. Alguns comentaristas que pouco assistem ao programa começaram com esse manifesto: buscando situações inusitadas nos jogadores, para justificarem a permanência. O público, sempre influenciável, passou a ser esse, do tipo: “se Fulano sair, o programa perde a graça”.
                Entendo que, um participante apagado, seja pela edição, ou por sua personalidade, não é atraente sob nenhum aspecto. Mas também entendo que uma edição pode, sim, elevar ou derrubar um participante. Antes, eu não acreditava nisso, mas, depois de algumas edições, penso o contrário. A produção pode criar situações que podem beneficiar ou prejudicar concorrentes. Muitas vezes, aleatoriamente. De repente, um Big Fone pode tornar o mais apagado participante em herói ou vilão. Para isso, depende do poder de decisão da pessoa.
                Fora alguns casos em que um participante sem chances de vencer o jogo acaba se fortalecendo por causa dos outros participantes. Mas isso não seria um fator catastrófico. O preocupante são as situações forçadas, que tanto agrada a audiência. Mas, ao mesmo tempo que seduz, engana. E não adianta o discurso de que o jogo é pra ser jogado, pois pouco se sabe sobre o jogo em si; o exemplo disso está nessa edição, onde dois antigos vencedores não souberam sobreviver ao jogo.
                E, dessas situações inusitadas, que tornam o BBB mais uma novela da Globo, com personagens fictícios, situações armadas, heróis e vilões, só nos resta a saudade do que um dia o programa parecia ser: um reality show.