segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

OS FAMIGERADOS TRÊS PATETAS

Quem ri por último ri melhor...
E quem ri o tempo todo?
Há duas semanas, publiquei um texto sobre a chamada “Guerra dos Sexos” do Big Brother Brasil nº. 11. Tentei ser o mais imparcial possível, e apresentei pontos interessantes sobre essa quase não-declarada rivalidade sexista.

Porém, na publicação de hoje, me atrevo a cutucar numa ferida dolorosa, que muitas pessoas simplesmente ignoram e até relevam. Sim, eu me refiro ao trio masculino (ou sei lá o quê) deste Big Brother, apelidado de “Três Patetas”. Embora detestados por muitos, podemos considerá-los como a verdadeira “equipe” desta edição.

Se o BBB11 fosse “A Fazenda 3”, o trio boçal já estaria em frangalhos; seria o alvo fácil, e até certeiro, já que seus integrantes não são lá grande coisa. Se bem que, o diabinho que sopra no meu ouvido questiona se o título de “alvo” não acaba fortalecendo o participante. Mas, enfim, BBB11 não é “A Fazenda 3”, sendo integralmente um jogo individual.

Existiam as cores de bandana, existe a divisão das casas... Mas, teoricamente, nada disso influenciaria na decisão dos votos. O critério principal permaneceria o mesmo (afinidade), e é inegável a existência de círculos de amizades, formados em um ambiente fechado habitado por tantas pessoas.

Nesse aspecto, pessoas mais fechadas, mais tímidas, mais inseguras, ou, inclusive, pessoas com um certo grau de intolerância, tendem a se isolar, se limitando a estabelecer laços de afinidade (não tão profundos) com poucas pessoas. E isso é visível.

Enquanto isso, Diogo, Maurício e Rodrigão se comportam como amigos de infância: brincam, contam piadas, discutem, e não conseguem se ver um sem o outro. Nesse ponto está a força do trio: se depender deles, as três vagas na final já foram preenchidas.

Mas, como eu disse, não há nada de tão especial neles. Suas piadas são politicamente incorretas, aparentemente machistas e repugnantes. Ocorre que eles não estão sozinhos nesse contexto: não são os únicos a bater nessa tecla mas, ao mesmo tempo, não são tão “glamourizados” como seus colegas de confinamento.

Por exemplo, certas frases de Daniel (quando supostamente bêbado) são vistas com bons olhos, como se ele fosse um mero comediante, em um número de stand-up. E a Diana, se gabando por ser assediada por mulheres na balada, ou ofendendo Natália (sua amiga) por ser rejeitada, é apenas uma “moça liberal”.

Calma, crianças... Não estou enaltecendo a postura grotesca de ninguém. Grosseria, agressão verbal, intolerância... Isso não merece meus aplausos. Mas, vamos analisar, de forma imparcial, cada um dos chamados “patetas”, e vamos tentar entender porque eles acabaram se tornando uma grande ameaça à “união feminina”.

Diogo, por exemplo, como já foi espinafrado por mim várias vezes, é o típico anti-herói. É insuportável, escandaloso, e irrita quem está do outro lado da tela. Imagine só como seria conviver com alguém assim. Mas é justamente esse o primeiro ponto que devo destacar.

No intuito de viver uma plena colônia de férias, os participantes fingem não se incomodar tanto com o comportamento excessivo de Diogo. Mais do que isso, vêem nele um apego populista incomum e insistem em não querer se comprometer, votando no tal “queridinho” do Brasil. Assim sendo, surge uma relação de tolerância que irrita quem assiste. Por exemplo, em um de seus discursos, ele revelou a Talula e Jaqueline como ele reage aqui fora quando é contrariado. A frase, que chocou quem assistia, foi ouvida de forma indiferente pelas moças, que nem se atreveram a comentá-la em momento posterior. Tudo pela mera conveniência... Ou seria concordância?

Mesmo assim, Diogo pode sair amanhã. Em um paredão triplo, envolvendo ele, Janaina e Paula, eu não apostaria em sua eliminação. Mas, com essa novidade de dupla eliminação, creio que, matematicamente, há uma chance dele sair. Sei que o público vai se dividir entre ele e Paula, deixando a Janaina longe da disputa e, consequentemente, fazendo com que ela permaneça. Confesso não ter gostado dessa regra de dupla eliminação – afinal, Janaina, mesmo não sendo tão popular, vai se beneficiar, eliminando um participante mais popular que ela. Mas, deixa pra lá.

Outro integrante desse trio é o Maurício. Para muitos, ele não sabe aproveitar as oportunidades que o jogo lhe dá. Isso é fato. Mas, mesmo assim, ele está se fortalecendo. No início, engatou um romance logo com Maria, a “Afrodite” desta edição. Focado, no primeiro momento de decisão, indicou Michelly (sua opção de voto) ao quarto solitário. Sempre mostrou firmeza em suas decisões e, em um épico paredão contra o amigo Diogo, foi eliminado.

Mas isso foi só o começo. Maurício e os outros quatro eliminados foram levados á Casa de Vidro, e o público decidiria qual deles voltaria. Ariadna parecia ser a favorita, mas a sorte começou a bater à porta de Maurício: dentro da casa, sua ex não resistia aos encantos do novato Wesley. O público, curioso para ver o desfecho dessa história, levou o suposto traído de volta á casa.

E Maurício chegou num momento propício. Seu amigo Rodrigão havia levado 7 votos (pela segunda vez) e estava no paredão enfrentando Cristiano. Naquela altura, Maurício sabia bem da chamada “união feminina” (Diana, por exemplo, havia dito que não votaria em mulher e, aos poucos, Talula e Jaqueline aderiam àquela filosofia) e decidiu, sob o pretexto de se defender, declarar guerra a isso. Disse que iria se vingar dos votos sofridos por Rodrigão. Disse ainda que não estava defendendo equipe nenhuma e, com eloqüência, conseguiu desestabilizar Talula e Jaqueline, que mudaram suas estratégias na hora.

Fora isso, Maria seguiu se rebaixando ao “ex-affair”, implorando por atenção. Maurício pode ter sido até grosseiro, mas não faltou com o respeito e, mesmo com a premiada informação (que pode ser o principal motivo para ele não se envolver mais com a moça), ele jamais revelou o que Ariadna lhe informara na casa de vidro: que Maria tinha sido garota de programa.

Com um discurso do bem, e um comportamento amistoso, Maurício, o MauMau, não é opção de votos da maioria.. Talvez, a única pessoa que vote nele seja Diana (mesmo assim, só porque descobriu que ele votou nela – sim, pois, ao descobrir que Wesley não votou nela, Diana mudou visivelmente seu comportamento com o médico). Mas, estrategicamente, não há quem ouse se opor ao ex-eliminado.

Por fim, Rodrigão parece ser aquele com mais força popular: voltou de um paredão quádruplo, de um paredão duplo e de um paredão triplo. Sobreviveu a dois massacres de votos (duas vezes, foi ao paredão com 7 votos), e permanece firma e cada vez mais confiante. E confiança é um ponto estrategicamente importante.

No início, parecia mais um na multidão. Inexpressivo, sem sal... Tinha a beleza como ponto forte, mas não era muito de se enturmar. Por isso, era mais cotado para ser votado. Porém, ao voltar de dois paredões (principalmente do segundo), as coisas começaram a mudar. Hoje, ele é visto como um forte e temido concorrente.

Seu comportamento também mudou. Rodrigão passou a se expressar mais. Engatou um romance estranho com a novata Adriana, protagonizou cenas de explícita grosseria, demonstrou ser narcisista ao extremo e, estrategicamente ou não, segue cada vez mais unido a Diogo e Maurício.

O que ocorre é que a união deles, com todos os clichês estúpidos, me lembra muito um trio de universitários dividindo uma casa. Sabe? Aquela união consistente, que resiste aos próprios defeitos.

Do lado oposto, vemos uma Talula mais preocupada com o jogo do que com outra coisa – vota e diz que se arrepende, diz que não gosta, mas não vota... Parece ser tão estrategista que chega a esquecer que BBB é um jogo primordialmente de relacionamentos.

Diana, que pode ser considerada a favorita dentre as mulheres (já que Maria, fazendo uma ligeira análise, não tem os atributos de vencedora de BBB), é dúbia e insegura ao seu papel no jogo. Brincadeiras com leite condensado, discursos feministas ou machistas, e isolamento não fortalecem sua postura. De quebra, Diana apresenta vestígios de intolerância com outros participantes, forçados a conviver com ela. Assim sendo, não dá pra perceber consistência nos relacionamentos que ela nutre por quem ainda está na casa.

Mesmo sem levantar a bandeira masculina, os “três patetas” se uniram por si só, independentemente do fator jogo. É como uma espécie de “Lado B do BBB9”, que levou três integrantes à final: o jogo, aparentemente, é mera conseqüência.

Estúpidos, grosseiros, machistas, deselegantes... Não há o que discutir, mas, diante da mesmice dos demais participantes desta edição, qualquer coisa pode acontecer.

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