segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

APRENDI COM O BBB11

Que a união por interesse é uma forma de sobrevivência.
Vivemos em um mundo que clama por liberdade. Vivemos em um mundo que clama por independência. De fato, temos uma liberdade latente, dentro de determinadas limitações. Ao mesmo tempo, estufamos o peito quando conseguimos algo por méritos próprios, e desprezamos aqueles que precisam se rebaixar para subir na vida, pois, no fim das costas, acaba virando um mero fantoche de quem está no patamar superior. No BBB11, não é bem assim: as pessoas se tornam agregadas e, até aqueles que invocam o jogo como um “jogo de relacionamentos”, se prostituem no jogo, se unindo ou protegendo seus oponentes, independentemente se eles são ou não seus “amigos”.  Assim, existe a figura do manipulador e dos manipulados, que cumprem suas ordem e sobrevivem na sombra do jogo.

Que ser bêbado chato e deselegante tem suas vantagens.
Enquanto, aqui fora, as pessoas não suportam bêbados inconvenientes, desses que vivem xingando e falando um monte de asneiras pelos cantos, no BBB11, isso até é válido. Falar mal das pessoas (principalmente pelas costas) e ter atitudes vergonhosas, usando a embriaguez como desculpa (mesmo que, no dia seguinte, a ressaca moral seja deprimente) é mal visto pela sociedade. As pessoas se afastam dos bêbados chatos, e os desprezam. Há quem simplesmente os considere como doentes, e nutra um sentimento de pena por essas pessoas. Mas há também aqueles que torcem para não estar no mesmo recinto que alguém assim. No BBB11, isso é sinônimo de alegria, estabelece o rótulo de “divertido” e status de “popular”.

Que a grosseria é uma forma de sedução.
Muitas pessoas não suportam grosseria. Quando essa grosseria vem acompanhada de ódio, preconceitos e se dá de forma gratuita, a tendência é que as pessoas abominem ainda mais o autor da grosseria. No BBB11, é diferente: ser grosso é falar a verdade. Ser estúpido é ser honesto, ser justo. Não importa se o homem tratar as mulheres como lixo, se gabar por ser conquistador (ou quase isso), ou se mostrar uma pessoa desprezível. No grito, ele ganha o respeito das pessoas e, se o grosseiro em questão for alguém bonito, ele nem precisa falar muito, que já tem o aval de quem serve de espectador para suas escrotices (e esquisitices, se for o caso).

Que a simples quebra de confiança não é traição.
Quando você se propõe a um relacionamento com outra pessoa, você está dando sua palavra e, até segunda ordem, está prometendo fidelidade. Muitos não entendem isso, mas, mesmo assim, a traição ainda é vista como “safadeza”. Pelo menos, aqui fora. No BBB11, a traição só parece ser consignada com o ato sexual. A simples quebra de confiança, por si só, a demonstração de interesse, combinada com carícias, olhares, ataque de ciúmes e elogios demasiados e repetitivos a alguém que não seja seu parceiro, não caracteriza a traição. E, se o parceiro iludido reagir a isso de forma reprovadora, ele cometeria um ato machista e repugnante, imperdoável.

Que discriminação se combate com discriminação
Buscamos a igualdade, independente de sexo, cor, raça, religião, time de futebol, equipe de gincana. O caráter não tem relação a nenhum grupo específico de pessoas. As atitudes questionáveis podem ser cometidas por qualquer pessoa, de qualquer grupo. E quem erra precisa ser disciplinado para não voltar a errar; tal disciplina deve ser em forma de punição, quando o erro prejudica terceiros. Punir inocentes em prol de culpados é uma injustiça imperdoável. Pelo menos, aqui fora. Lá dentro, as pessoas defendem seus pontos de vista, sob o pretexto de defender o ponto de vista de seus grupos e, com isso, tendem a protegerem culpados e punir inocentes, deliberadamente. Sob o pretexto de estratégia de grupo, as pessoas se unem a grupos, muitas vezes pelo critério sexista e, em contrapartida, despertam o sexismo adormecido em quem está aqui fora.

Que passar a perna dos outros é sinal de honra
Vivemos em um mundo de aproveitadores. Sim. Há quem passe por cima do que for para conseguir seus objetivos. Quando encurralados, os aproveitadores costumam se fazer de vítimas e, consequentemente, sempre elegem um "bode expiatório" para ser acusado, na esperança de transferir sua culpa para ele. No BBB11, comumente, vemos atitudes assim, onde pessoas atacam as outras na surdina, mas nem são cogitadas como vilãs. Aqui fora, são enaltecidas como pessoas espertas, grandes jogadoras (mesmo agindo na base da covardia), merecedoras do prêmio. Mas, alguém que aja desta maneira aqui fora não é digna de prêmio algum.

Que no dos outros é refresco.
"Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!"

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