sábado, 22 de janeiro de 2011

HOMOFOBIA X HOMOCRACIA


Esse texto foi escrito por Álvaro Mariano, um jornalista paulista, de 28 anos.

“Caros leitores.

É com uma imensa sensação de alívio que venho, por meio deste Blog, me assumir publicamente. Sinceramente, não dá mais para esconder, para disfarçar, para me enganar. Eu sou heterossexual!

Descobri essa orientação sexual ainda no primário, quando comecei a sentir a necessidade de acariciar longos cabelos femininos. Eu olhava as pernas da Xuxa quando ela saia da nave. Achava a Madonna sexy, e nem sabia o que era sexy. Ao ver uma revista Playboy da época, fiquei feliz por não ver nada balançando entre as pernas das moças. Descobri que era isso que eu queria: uma pessoa sem pinto.

Na escola, meus melhores amigos eram meninos. A gente xingava uns aos outros, e tudo continuava do mesmo jeito. Eu detestava o cheiro de suor nos vestiários, após as aulas de Educação Física. Mas me sentia diferente quando estava perto de uma menina. Gostava do cheiro delas, do jeito como elas ficavam com os cabelos molhados. Adorava o jeito de desprotegidas quando elas se sentavam no bando, abraçadas às suas mochilas cor-de-rosa.

E assim foi. Na adolescência, comecei a nutrir amores platônicos, e comecei a me envolver com meninas. Foi especial. Vivi momentos inesquecíveis nos meus namoros de adolescência. Tudo continuou na mesma, até eu encontrar a mulher da minha vida e me casar.

Continuo admirando a beleza feminina, e sou um confesso apaixonado pelas mulheres, mas sigo fiel, honrando meu compromisso, minha decisão e meu prazer de dividir os momentos da minha vida com essa pessoa maravilhosa que é a minha esposa.

Sempre tive o apoio dos meus pais, amigos e da sociedade em geral, e não me queixo. Adoro sexo, mas não curto promiscuidade: o ‘entre quatro paredes’ é infinitas vezes melhor que o sexo falado em mesa de bar.
                    
Agora, peço às pessoas para me respeitarem por eu ser do jeito que sou. Não importa quem você ame, ou como você ame: o importante é amar.

Não estou aqui para levantar bandeiras, pois, bandeiras geram fronteiras, que geram divisões, que geram conflitos, que geram agressões, que geram ódio. E ódio é o oposto do amor.
Sobre as fobias do novo século, distorcidas deliberadamente nos conceitos de quem está para o ódio, eu digo: Não confundam Homofobia com opinião. Nem todo preconceito é homofobia. O fato de você não concordar com minhas escolhas não faz de você um criminoso.

Agora, se, por conta das minhas escolhas, você me agredir, me discriminar, me ofender, você está, sim, cometendo um crime. Mas nem por isso, devo dizer que o fato de simplesmente você não me aceitar do jeito que sou o torna um criminoso. Só o torna um ignorante, sem mais.

Acho respeito fundamental, e acho que qualquer imposição de comportamento cria uma realidade autoritária, distante de tudo que a gente espera para nossos filhos e netos.

Sou a favor do respeito, do esclarecimento, da compaixão, e da aceitação. Mas sou contra a injustiça. Se você não se conforma com o meu jeito, azar o seu. Mas não estou aqui para culpar você.

Pelo contrário... Independente da minha orientação sexual, eu prezo pelo amor.

Obrigado pela atenção.

Álvaro Mariano”

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