quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

VOLTEI SEM NUNCA TER IDO

Após algumas experiências e reflexões sobre Realities Shows, decidi me ausentar. Feito um viciado em fase de desintoxicação, estive ausente. E veio 2016. Não sei o que me levou a conhecer os participantes do novo Big Brother Brasil. Não sei, mas isso me trouxe a primeira impressão: seria o elenco mais diversificado dentre todas as edições.

Essa característica me animou. Sempre achei mais interessante um reality formado por participantes que buscam exclusivamente o prêmio, sem aquela pretensão pela fútil exposição. Modelos, atrizes, ou quaisquer aspirantes a isso tendem a tornar o show de realidade cada vez mais irreal. É só lembrar do quão dinâmica foi a edição da Fazenda, onde três grupos competiam entre si por um prêmio. Mesmo se tratando de pessoas dependentes da mídia, surgiram estratégias, revelações, surpresas... tudo pela competição.

Porém, algo tem me assustado em relação ao público: o fascínio pelos vilões. Quando falo vilões, eu falo sobre pessoas capazes de tudo para conseguir seu objetivo. Quando falo capaz de tudo, falo em mentir, fingir, enganar o público, ofender e humilhar pessoas, e até agredir (no caso do Reality, a agressão física é punida, mas a agressão moral é relevada). Novelas recentes mostraram isso. Vocês se lembram da Carminha, que abandonou a enteada num lixão? E o Félix, que jogou sua sobrinha recém-nascida no lixo? Eram engraçados, caíram na graça do público e tiveram, inclusive, seus finais alterados, para não desapontar o público. Tudo bem, sei que na vida real seria diferente... Seria mesmo? Nosso conformismo permite um julgamento mais incisivo?

E vem o Big Brother, com pessoas reais, que choram, têm seus dramas, famílias, histórias... e o julgamento parece o mesmo. Prazer no sofrimento alheio, ofensas gratuitas, terror psicológico. E lá está o público aplaudindo e querendo ver "sangue". Acho assustador.

Mas sempre existirá a luz no final do túnel, o bom senso. E, do bom senso, o senso de justiça de que tanto precisamos.

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